sábado, 7 de fevereiro de 2015

Eu, Ele, Um bilhão de maridos e um ralo de piscina

Inspire.

Inspire o máximo que conseguir. Essa história deve durar aproximadamente o tempo que você consegue segurar a respiração...

   Tá, agora por favor, não faça isso! Pode respirar normalmente, não quero ser responsável por você ficando roxo ou azul. Mas é assim que começa Vísceras (leia por sua conta e risco) e a primeira vez que li Chuck Palahniuk (no site dele, carinhosamente conhecido como O Culto, diz que se fala como Paula-Nick). Confesso pra você que eu tentei segurar a respiração e não consegui. Mas me peguei me torcendo na cadeira e dobrando meus dedinhos do pé de nervoso... E olha que eu nem tenho um pênis (leia e você vai entender)!

   Mas essa não foi a primeira vez que eu vi alguma história dele. Claro, teve Clube da Luta em 1999. Em que uma Susana com seus 12 anos (cacete, pra onde foi esse tempo todo!?), via esse filme do David que passou a ser um dos seus Davids favoritos no mundo todo! Nessa época eu já estava acostumada com os comentários sobre as coisas que gostava: "Credo! Que filme louco... Coisa horrível...". Nunca fui uma pessoa de gostar de coisas normaizinhas... Eu culpo a genética! Enfim... Como muitas pessoas que eu conheço, esse foi meu primeiro contato com esse Charles de sobrenome difícil. 

Sou só eu que quero contar meus piores segredos para esse cara? Acredite, não sou...

   Na semana passada, eu tive uma semana regada às loucuras dessa pessoa. Terminei um livro dele chamado Beautiful You. Para ler esse livro, ele passou pelas piores torturas literárias imagináveis: Ele leu as Sagas 50 tons de cinza e Crepúsculo (antes de me xingarem, levanto a plaquinha de sarcasmo). E escreveu uma comédia erótica EXTREMAMENTE ANATÔMICA. Descobri que algumas partes do meu corpo que eu nem sabia onde ficavam possuem nome e função! Tacou lá no meio do livro uma referência escrachada aos "Romances de Vampiro", e uma crítica sem vergonha a publicidade e mercado voltados para mulheres e como isso move o mundo. E acredite, isso não começa nem a dizer o quanto esse livro é louco. Corta para mim, gritando com o Kindle e batendo com ele na testa quando o livro estava a 2% de ser terminado. Segundo o próprio Chuck em entrevista "É um livro que eu só poderia ter escrito com meus pais mortos..."


"Um bilhão de maridos serão substituídos"

   No final da mesma semana, eu fui assistir à uma peça: Cachorro Quente. De João Fonseca e Sacha Bali, a peça é inspirada na história No Sufoco (do meu, do seu, do nosso Chuck!). A Sinopse é simplesmente a de um viciado em sexo que finge engasgar em restaurantes chiques para ganhar dinheiro e pagar as contas do hospital de sua mãe com  Alzheimer enquanto tenta descobrir a verdadeira identidade de seu pai com a ajuda de uma médica, que quer tentar um tratamento "revolucionário" a fim de melhorar a saúde da senhora.
   
   Se você gosta de humor negro e tem uma mente aberta (vários peitos e várias bundas estão em cena, não levem a vovó pra ver a não ser que ela seja muito Cool) tá aí uma peça que você não pode perder. O cenário é inteiramente composto por caixas de papelão, alguns brinquedos sexuais espalhados e pelo menos 6 cachorros quentes que são cuspidos de um lado para o outro do palco. Sério, vejam essa peça! Um apreço todo especial pela atuação super despojada deles em posições, digamos... Difíceis.


"O amor é besteira, sentimento é besteira. Eu sou um babaca e me orgulho disso"

   Se você, como eu, quando se encanta por um autor novo quer saber absolutamente tudo sobre ele, com Chuck Palahniuk você está feito. Eles tem entrevistas fantásticas e uma visão de mundo, carreira e vida de escritor super diferente e interessante. Recomendo essa entrevista dada a RolingStone onde ele fala sobre um pouquinho sobre o Brasil e essa entrevista emocionante ao Curious Animal sobre ser visitado em sonho pelo fantasma de seu pai assassinado 12 anos antes. 

   Um autor com uma vida tão interessante quanto as histórias que escreve. E que se você tiver o tipo certo de loucura em você, ele deixa de ser um autor e vira um vício. 

"Hi, my name is Susana and I'm a Chuck Addict..."
   


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